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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Será possível revelar além do que se vê na superfície?

Mesmo sem usar o pincel para pintar figuras na tela branca ou mesmo sem usar minha câmara fotográfica realizei (RE) Tratos.
A pintura me possiblitou subtrair partes da imagem inicial para enfatizar a pose, os rostos desfigurados transformaram-se em máscaras pervertendo a idéia inicial do retrato que é o de identificação. Tentei subverter os estereótipos da pose ao evidenciá-la deixando aparente a máscara facial que se forma no instante da captura da imagem.
A técnica do fotograma fez com que a luz atravessasse a imagem ainda pictórica como a irradiação de uma radiografia atravessa um corpo. A primeira imagem que obtenho fica em negativo como se eu pudesse ver o que existe dentro dela, dentro desse corpo. O texto que está no avesso da pintura não é, nesse caso, a sombra projetada do objeto e sim a sombra do seu próprio contato.
A imagem final (fotográfica) resultou num espaço saturado de signos, justapondo texto e imagem.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Pintura X Fotografia

Pintar sobre os retratos da coluna social me possibilita repensá-los, transmutar a superficialidade da pose, revelar o que poderia estar além desses instantâneos. Coloco o gesto, ressalto o meu fazer na imagem que já me é dada.
A fotografia* substituiu a pintura pela sua praticidade, pois a luz e os químicos trabalham para o fotógrafo na construção da imagem, já a imagem pictórica vai sendo construída através das pinceladas. Argan citou Courbert para esclarecer essa questão, para o referido pintor a diferença entre pintura e fotografia era de que o trabalho do pintor, a sua manufatura, transformava a pintura em algo concreto e não na aparência de uma coisa como a fotografia.

ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

*no caso da fotografia tradicional

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Primeira etapa na construção dos (RE)Tratos

O processo de construção dos (Re)Tratos passou por várias etapas, a primeira etapa foi a seleção das imagens das colunas sociais. Essa seleção seguiu um critério: as que mais me interessavam eram as que tinham uma característica que me inquietava... a pose, pois podia observar aspectos visuais significativos a serem trabalhados com essa questão.
Selecionei e extraí do jornal as imagens através de recorte fazendo com que elas perdessem a referência física com o jornal, pois foram deslocadas do seu suporte de origem para serem retrabalhadas e ganharem autonomia num outro meio.

terça-feira, 31 de março de 2009

A Pose

A pose nos retratos fotográficos tem a sua origem no início da história da fotografia quando o indivíduo era obrigado a ficar um longo tempo imóvel diante da câmara para que sua imagem fosse fixada nas placas de prata que tinham uma sensibilidade muito baixa à luz necessitando muito tempo de exposição. Observo que mesmo com o avanço da tecnologia a pose continua a ser feita diante da câmara fotográfica. Para Roland Barthes "[...]a partir do momento que me sinto olhado pela objetiva, tudo muda: ponho-me a posar, fabrico-me instantaneamentenum outro corpo, metamorfoseio-me antecipadamente em imagem."

BARTHES, Roland. A câmara clara: nota sobre a fotografia. Rio de janeiro: Nova Fronteira, 1984.

sexta-feira, 27 de março de 2009

A origem dos (Re)Tratos

O jornal é um dos elementos mais importantes do trabalho (Re)Tratos porque é de lá que foram extraídas as imagens, mais especificamente das colunas sociais. Me interessou abordar como questão principal a pose percebida em várias imagens de colunas sociais e o que poderia representar visualmente em relação à formação de estereótipos sociais.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

(Re)Tratos

Em 2005 comecei a produzir a série de trabalhos denominada (Re)Tratos.
Cada imagem desta série foi construída a partir da escolha de uma imagem fotográfica apropriada de coluna social de jornal.
Com esse procedimento intencionava transmutar a superficialidade da pose desses instantâneos revelando o que poderia estar além das imagens.